http://www.makepovertyhistory.org

Saturday, July 30, 2005

Fizeram a gente acreditar...

"Fizeram a gente acreditar que amor mesmo, amor pra valer, só acontece uma vez, geralmente antes dos 30 anos. Não contaram pra nós que amor não é acionado, nem chega com hora marcada. Fizeram a gente acreditar que cada um de nós é a metade de uma laranja, e que a vida só ganha sentido quando encontramos a outra metade. Não contaram que já nascemos inteiros, que ninguém em nossa vida merece carregar nas costas a responsabilidade de completar o que nos falta: a gente cresce através da gente mesmo. Se estivermos em boa companhia, é só mais agradável. Fizeram a gente acreditar numa fórmula chamada "dois em um": duas pessoas pensando igual, agindo igual, que era isso que funcionava. Não nos contaram que isso tem nome: anulação. Que só sendo indivíduos com personalidade própria é que poderemos ter uma relação saudável. Fizeram a gente acreditar que casamento é obrigatório e que desejos fora de hora devem ser reprimidos. Fizeram a gente acreditar que os bonitos e magros são mais amados, que os que transam pouco são caretas, que os que transam muito não são confiáveis, e que sempre haverá um chinelo velho para um pé torto. Só não disseram que existe muito mais cabeça torta do que pé torto. Fizeram a gente acreditar que só há uma fórmula de ser feliz, a mesma para todos, e os que escapam dela estão condenados à marginalidade. Não nos contaram que estas fórmulas dão errado, frustram as pessoas, são alienantes, e que podemos tentar outras alternativas. Ah, também não contaram que ninguém vai contar isso tudo pra gente. Cada um vai ter que descobrir sozinho. E aí, quando você estiver muito apaixonado por você mesmo, vai poder ser muito feliz e se apaixonar por alguém"
John Lennon

Friday, July 29, 2005

as "coisas" simples

as "coisas" simples, que mais bem estar me dá: adoro fazer sorrir quem está triste; adoro estar presente quando sou precisa e me ausentar quando já não sou; adoro mimar quem está carente; adoro dar prendas quando menos esperam; adoro surpreender (pela positiva) quem menos espera; adoro oferecer um cd de música a alguém, que desconhece o compositor ou a música, e depois me diz que é uma delicia. adoro...

Thursday, July 28, 2005

mais um dia....

hoje termino o meu dia de trabalho cansada. a precisar de me mimar. não que fosse mau, apenas exaustivo. quero chegar a casa e tomar um banho de imersão. acompanhar com uma bebida alcoólica, para ser maior o relax e tirar depressa o dia de trabalho da cabeça. colocar uma boa música (ultimamente oiço Lizz Wright - Dreaming Wide Awake e recomendo). se a água esfriar esvazio um pouco a banheira e volto a colocar mais um pouco. levo também um bom livro, e algumas folhas em branco e caneta, não vá ter um ataque súbito de escrita. depois de enrugados os dedos dos pés e das mãos, tomo o dito banho. arrumo a casa-de-banho e ... cama. espero uma noite calma, sem sobressaltos.
isto era o que me apetecia, é bem diferente do que me espera.
até amanhã.

Wednesday, July 27, 2005

Veio à memória


O tempo pergunta ao tempo quanto tempo tem o tempo o tempo responde ao tempo que o tempo tem tanto tempo quanto o tempo tem

Tuesday, July 26, 2005

Medo

Esta sociedade exige-nos demasiado e nós temos de a acompanhar sofregamente, isto claro, para não sermos denominados como esquisitos. Consequentemente criei muros à minha volta, para me proteger de “ataques” exteriores. A minha voz interior foi estrangulada, ela insiste para que eu seja ousada, louca. Mas o medo sobrepõe-se e mais uma vez domina tudo o resto.

Monday, July 25, 2005

Manic Monday

"It's just another manic Monday
I wish it was Sunday
'Cause that's my funday
My I don't have to runday
It's just another manic Monday "

Manic Monday - "Bangles"

Friday, July 22, 2005

Ao Fim

Ao fim são muito poucas as palavras
que nos doem a sério e muito poucas
as que conseguem alegrar a alma.
São também muito poucas as pessoas
que tocam nosso coração e menos
ainda as que o tocam muito tempo.
E ao fim são pouquíssimas as coisas
que em nossa vida a sério nos importam:
poder amar alguém, sermos amados
e não morrer depois dos nossos filhos.

Amalia Bautista

Wednesday, July 20, 2005

Vocabulário

O nosso vocabulário é muito restrito. Há muitas formas de amar e nós só temos uma palavra para “utilizar”, que é amar. Consequentemente nem os conceitos, nem os sentimentos e nem nós próprios conseguimos enquadrar. Não temos palavras para o que sentimos.

Tuesday, July 19, 2005

De amigo a conhecido

O amigo é uma mistura de espelho. Cruel de tão límpido, grilo falante impiedoso e cúmplice até à morte. A amizade é exigente, e é exaustivo praticá-la a torto e a direito, mesmo admitindo que muita gente a mereceria.
Pode existir uma altura em que o amigo passa a conhecido. Em que aquela pessoa é uma perfeita sósia do amigo muito amado. Que finalmente, admito ter morrido sem ser cadáver. Promoverei este sósia a conhecido, sem ressentimentos ou expectativas. Poderemos discutir somente os filmes, por exemplo.

Monday, July 18, 2005

Príncipe Encantado

Sabem, aquela sensação estúpida com que ficamos, quando descobrimos que o príncipe encantado afinal não existe? Que todo aquele idealismo que vamos construindo desde pequenas e que ambicionamos encontrar em alguém, afinal foi utopia nossa? Adaptamo-nos, continuamos a procurar, mas sem a ilusão de que iremos encontrar, mas ainda assim, com o sentimento de que deve existir alguém que tenha todas essas características.
E sabem, quando descobrem “a” pessoa? E que fizemos uma pequena parte de um percurso imenso que ela está a fazer? Ficas feliz por saber que ele existe....apesar de efémero...


Adoras a vida,
E sabes vivê-la!
Talvez, porque um dia
Estiveste à beira de a perder.
Respeitas o próximo,
E o que há-de vir.
És amigo do teu amigo,
E de quem não é amigo.
Tudo para ti é arte.
E amas essa arte.
Tudo para ti é vida.
E amas....


Bem haja por existires,
E pela luz que trouxeste
Ao meu mundo sombrio.

Boa sorte no teu percurso!

Friday, July 15, 2005

Não sei quantas almas tenho


Não sei quantas almas tenho.
Cada momento mudei.
Continuamente me estranho.
Nunca me vi nem achei.
De tanto ser, só tenho alma.
Quem tem alma não tem calma.
Quem vê é só o que vê,
Quem sente não é quem é,

Atento ao que sou e vejo,
Torno-me eles e não eu.
Cada meu sonho ou desejo
É do que nasce e não meu.
Sou minha própria paisagem,
Assisto à minha passagem,
Diverso, móbil e só,
Não sei sentir-me onde estou.

Por isso, alheio, vou lendo
Como páginas, meu ser.
O que segue não prevendo,
O que passou a esquecer.
Noto à margem do que li
O que julguei que senti.
Releio e digo: "Fui eu?"
Deus sabe, porque o escreveu.

Fernando Pessoa

Thursday, July 14, 2005

Utilidades

Hospital Júlio de Matos - Telef. 210 036 300

Wednesday, July 13, 2005

O que fazemos da nossa vida


'O que fazemos da nossa vida? Procuramo-nos, fugimos de nós, reencontramo-nos a intervalos e nunca logramos fechar o circuito, definirmo-nos a nós próprios, saber quem somos...Não temos tempo, a vida passa tão depressa, estamos absorvidos pelas preocupações materiais ou pelos divertimentos...e por fim a morte chega, e é na presença da morte que tomamos consciência de que a vida poderia ter sido algo de imenso, de prodigioso, de criador. Mas é demasiado tarde....e a vida só adquire todo o seu relevo na enorme pena de uma coisa inconsumada. É então que a morte, justamente porque a vida não se consumou, aparece como uma voragem.'

Maurice Zundel

People are strange


People are strange when you’re a stranger
Faces look ugly when you’re alone
Women seem wicked when you’re unwanted
Streets are uneven when you’re down
When you’re strange
Faces come out of the rain
When you’re strange
No one remembers your name
When you’re strange
People are strange when you’re a stranger
Faces look ugly when you’re alone
Women seem wicked when you’re unwanted
Streets are uneven when you’re down
When you’re strange
Faces come out of the rain
When you’re strange
No one remembers your name
When you’re strange
When you’re strange
Faces come out of the rain
When you’re strange
No one remembers your name
When you’re strange

The Doors - "People are strange"

Monday, July 11, 2005

0 mundo que nos rodeia

‘0 mundo que nos rodeia não nos ensina a morrer. Ele não nos ensina, tão-pouco, a viver. Apenas a ter sucesso na vida, o que não é a mesma coisa. Trata-se de “fazer” cada vez mais, de “ter” cada vez mais, numa corrida desenfreada em busca de uma felicidade material que acabamos por perceber, mais cedo ou mais tarde, não bastar para conferir um sentido às nossas existências. É assim que recolhemos por vezes, da boca de agonizantes revoltados, amargurados, essa última mágoa de terem passado ao lado do essencial. Não é preciso ser particularmente religioso para sentir que não estamos cá na Terra para passar a vida a produzir e a consumir.’

Marie de Hennezel

Thursday, July 07, 2005

Ajudar os outros

Viver para ajudar os outros, é um pau de 2 bicos. Começas por ajudar aos poucos, a fasquia vai aumentando sem te aperceberes, cada vez mais sentes que não podes falhar, que és uma peça fundamental e que já não podes recuar perante os gritos de auxilio que passam a ser uma constante. Há depois o outro lado, é o teu. Deixas de existir para ti, aniquilaste. É uma situação de extremos, pensas tu, à que conciliar. E hoje em dia, ninguém é assim. A bem dizer, neste universo infindável de pessoas, conheço uma que assim é.
Ontem estava deitada, a pensar em como podia ajudar alguém, fazendo isto e aquilo, pedindo uns favores, puxando uns cordelinhos....De repente dei um stop na linha de raciocínio, e comecei a dialogar comigo, “E tu? Que queres tu? Que precisas tu para seres mais feliz? Que ajuda, que cordelinhos e que favores posso eu fazer por ti?”. As lágrimas foram uma constante dessa noite.

Wednesday, July 06, 2005

Comfortably numb


Hello.
Is there anybody in there?
Just nod if you can hear me.
Is there anyone home?

Come on, now.
I hear you’re feeling down.
Well I can ease your pain,
Get you on your feet again.

Relax.
I need some information first.
Just the basic facts:
Can you show me where it hurts?

There is no pain, you are receding.
A distant ship’s smoke on the horizon.
You are only coming through in waves.
Your lips move but I can’t hear what you’re sayin’.
When I was a child I had a fever.
My hands felt just like two balloons.
Now I got that feeling once again.
I can’t explain, you would not understand.
This is not how I am.
I have become comfortably numb.

Ok.
Just a little pinprick. [ping]
There’ll be no more --aaaaaahhhhh!
But you may feel a little sick.

Can you stand up?
I do believe it’s working. good.
That’ll keep you going for the show.
Come on it’s time to go.

There is no pain, you are receding.
A distant ship’s smoke on the horizon.
You are only coming through in waves.
Your lips move but I can’t hear what you’re sayin’.
When I was a child I caught a fleeting glimpse,
Out of the corner of my eye.
I turned to look but it was gone.
I cannot put my finger on it now.
The child is grown, the dream is gone.
I have become comfortably numb.

Pink Floyd "The Wall"


Monday, July 04, 2005

Angústia

'Diante da angústia dos outros, aprendi a aceitar e a oferecer. Inspiro-me numa prática tibetana, muito antiga, da compaixão: Tonglen (em tibetano significa dar e receber) consiste em receber o sofrimento, a angústia de outrem, para em seguida oferecer, por sua vez, toda a confiança e a serenidade de que podemos dispor. Trata-se, nesta participação tão simples do sofrimento de outrem, de estar com ele, de o não deixar só.'

Saturday, July 02, 2005

X-files


Acho que os seres humanos não estavam destinados a saber tanto do mundo. Todo este tempo e toda esta exposição a todos os aspectos concebiveis da vida. A sabedoria raramente entra no quadro. Mal temos tempo para perceber quem somos e logo nos tornamos amargos e, com a idade isolamo-nos.