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Tuesday, June 21, 2005

Felicidade sem utopia


“...A felicidade é o resultado de quatro grandes temas: a forma de ser, a vida afectiva, a vida profissional e a cultura...Quem não sabe o que quer não pode ser feliz. E saber o que queremos significa capacidade para ter objectivos, metas e planos concretos...A personalidade, por exemplo, é o cartão de visita de cada um de nós e, por isso, ter uma personalidade madura é um trabalho essencial. Em segundo lugar a vida afectiva, ou seja, no campo dos sentimentos é importante conseguir um bom equilíbrio. Em terceiro lugar a vida profissional. Hoje há dois extremos: as pessoas que não têm trabalho e as pessoas que só têm tempo para trabalhar e a ideia é tentar viver num ponto intermédio. Em quarto lugar a cultura: importa perceber que a cultura é a estética da inteligência. A cultura é a curiosidade em ir crescendo por dentro, alargando os horizontes da nossa paisagem interior...muda o ser humano e, nesse sentido, a cultura é liberdade...A liberdade e a cultura são duas chaves essenciais para a felicidade.
...o homem é um animal descontente e, por isso, trata-se de não desistir de tentar ser mais feliz...É importante ter um programa, um projecto de vida...no qual eu introduzo os principais ingredientes segundo o meu ideal individual de felicidade...
...para que uma pessoa mude são precisas duas coisas: ter consciência da questão que tem que mudar e ter vontade para o fazer. A vontade é a chave multiusos. Com uma vontade forte, as pessoas são como anões em cima de ombros de gigantes. A vontade é ordem, constância, disciplina, motivação e capacidade para concretizar a mudança...A constância é um dos grandes “truques” e traduz-se por não desistir, não desmotivar perante as dificuldades. Constância é ter a capacidade de persistir e crescer a partir das dificuldades. É isto que torna a pessoa mais forte, mais sólida e mais consciente do seu poder transformador...a felicidade consiste em ter boa saúde e má memória, coisa que significa que a capacidade para superar as coisas negativas do passado é um sintoma de boa saúde mental...A felicidade é a terra prometida, é a promessa do futuro. Por isso, uma pessoa fica velha quando não tem mais projectos... O importante, tanto na felicidade como noutros aspectos da vida, é pôr metas pequenas, concretas, realistas e manter os pés na terra....Uma pessoa que se propõe metas utópicas, acaba mal. Não é mais feliz aquele que tem mais, mas aquele que menos necessita. Dizia Sócrates que “sábio é o que vende géneros dos quais a alma se nutre”. Só a eternidade dos projectos sólidos pode fazer frente à efemeridade dos desejos que são como caprichos ou brinquedos do momento... O amor é o argumento principal. Não há felicidade sem amor, e não há amor sem sacrifício, sem renúncia....”coração que não queira sofrer dores, passe a vida livre de amores”... É importante concentrarmo-nos em coisas muito concretas da vida pessoal. Devemos fugir de coisas idílicas, inalcançáveis, porque produzem muita frustação. Trata-se de cada um tentar, na medidas das possibilidades, ir melhorando nas quatros facetas que comecei por enunciar...a personalidade, trabalhar a personalidade, melhorar o carácter, ser mais estável, desconcentrar do passado, ter uma visão mais positiva, ser capaz de estabelecer metas muito bem determinadas...É importante perdoar e aceitar. A nós e aos outros. “

Excertos da entrevista de Laurinda Alves a Enrique Rojas, psiquiatra

1 Comments:

Anonymous Anonymous said...

Só eu sei o quanto vale beijos e abraços destes

11:48 AM  

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