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Monday, October 16, 2006

AMOR-TE, exposição de fotografia no Reservatória da Mãe D'Água das Amoreiras, até 28 de Outubro

"Como encarar a morte?
Consegue ultrapassar o medo e contemplar o seu rosto?

O fotógrafo alemão Walter Schels e a jornalista Beate Lakotta partiram em busca de respostas e acompanharam cerca de 24 doentes terminais nos seus últimos momentos de vida.
Percorrendo diversos hospitais, onde durante semanas viveram de perto a dor de quem sabe que o fim está perto, surge a exposição AMOR-TE. Um conjunto de 44 fotografias, a preto e branco, fixam dois momentos de cada doente terminal: uma fotografia ainda em vida e outra logo após a morte. A exposição AMOR-TE conta-nos as experiências, os medos e as esperanças daquelas pessoas, cujo comovente testemunho permanecerá para sempre através dos textos da jornalista da revista Der Spiegel, Beate Lakotta.
É esta a experiência que lhe propomos acompanhar. Uma exposição onde a vida, o amor e a morte se espelham em cada um dos rostos retratados.
A exposição AMOR-TE iniciou o seu percurso na Alemanha em 2003, na cidade de Dresden mas desde então já esteve patente em Berlin, Mainz, Kassel e Duren. A nível internacional, a exposição foi vista por mais de 200 000 pessoas em Itália – na cidade de Roma - , no Luxemburgo e na Suiça – nas cidades de Basileia e Warth.
Chega agora a vez de Portugal receber a exposição.
Num país, onde a morte continua a ser um tabu e a ser vista como um elemento estranho, ou como uma passagem para um outro mundo, dentro do âmbito da religião, onde raramente se fala da morte como fazendo ela parte do nosso quotidiano, torna-se deste modo indispensável desmistificar a sua carga obscura e mostrar, com toda a naturalidade, como a morte pode ser uma componente da vida e não a sua antítese.Olhando o mundo que nos rodeia actualmente, faz todo o sentido debruçar-nos sobre este tema e procurar integrá-lo na nossa mente e corpo. Todos os dias a morte invade-nos através dos olhos, dos ouvidos, da pele, mas não reagimos a ela. Se por um lado nos assusta profundamente, pois o seu nome está envolto num mistério que não nos deixa descortinar o que por detrás dela se esconde, por outro lado, ela foi banalizada na superficialidade do sensacionalismo. Não há uma verdadeira preocupação em integrá-la na nossa vida, nem uma tentativa de aprendermos a lidar com ela, pois essa aprendizagem significaria encontrarmo-nos com a nossa frágil condição humana e a sua efemeridade."

Texto retirado do site

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